“Não desistimos da audiência e de ter conosco representantes do governo para informar sobre os recursos e as soluções para a saúde. Mesmo sem eles, a reunião foi muito importante. Tivemos denúncias graves apresentadas pelos profissionais e temos subsídios para elaborar um relatório e pautar a audiência”, disse Luana. A parlamentar garantiu aos presentes que fará um relatório da reunião cujos apontamentos serão apresentados na audiência. Cerca de mil médicos e quatro mil enfermeiros estão em greve nos 19 hospitais do Estado.
Problemas apontados
Na ocasião, a palavra foi franqueada aos presentes, que apontaram os problemas como atraso no pagamento de gratificações, plantões, adicional noturno e produtividade; déficit de profissionais; falta de medicamentos, de insumos e de material de proteção para pacientes e profissionais; além das condições precárias de funcionamento dos hospitais.
O nefrologista Marco Galvão, presidente do Instituto de Hemodiálise de Araguaína, disse que desde 2015 a entidade não recebe os repasses do governo para manter o atendimento aos pacientes que fazem diálise e que irá procurar respaldo na para salvaguardar a vida dos pacientes.
Já o presidente do Conselho Estadual da Saúde, Anderson Oliveira, denunciou a dívida do governo com os municípios e pediu transparência. “Hoje o governo deve cerca de R$ 41 milhões de repasse para os municípios, faltam insumos nos hospitais. Ontem estivemos em Porto Nacional onde faltou material de sutura”.
A enfermeira Solany Moreira pediu mais respeito aos profissionais. “Trabalhamos de plantão por 12 horas e não temos um banheiro para usar, não tem material básico de proteção e somos forçados a fazer gambiarra para salvar os pacientes”, afirmou.
Os médicos Jussara Oliveira e Hugo Magalhães afirmaram que os prontuários dos pacientes disponibilizam todo o histórico de atendimento e podem ser solicitados pelos órgãos competentes para averiguação. A presidente do Sindicato dos Médicos, Janice Painkow destacou que esta é a primeira vez que os médicos entram de greve. “É porque não suportamos mais trabalhar no limite”, disse. Ela também criticou a terceirização da saúde.
Representando os pacientes, Milenêz Silva de Souza ressaltou a importância de ser ouvido e lamentou que a reunião não trouxesse nenhum representante do Estado.
A juíza federal e representante do CEMAS (Comitê Executivo para monitoramento das Ações da Saúde), Denise Drumond, solicitou que todas as denúncias fossem oficiadas e apresentadas também à Justiça.
Pelo Ministério Público, falou a promotora Maria Roseli de Almeida Pery, e apontou que para a audiência pública é necessário que o governo apresente o último relatório de pessoal e de gestão, conforme determina a Lei Federal 141/12 que estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e sua fiscalização.
Parlamentares presentes
Participaram da reunião, os deputados, Wanderlei Barbosa, Olyntho Neto, Eduardo Siqueira Campos, Mauro Carlesse, Elenil da Penha e Vilmar do Detran. Presentes até o final do evento, os deputados Eduardo Siqueira e Olyntho Neto se disponibilizaram para ajudar as categorias no que fosse preciso. Eduardo Siqueira destacou a persistência e determinação de Luana Ribeiro para realização da reunião e sugeriu que pelo não cumprimento dos acordos, as categorias entrem com mandado de segurança.